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A Oficina de Zoneamento do Plano de Manejo da RDS de Pinheirinhos ocorreu em 21 de agosto de 2025, na comunidade de Anhemas, município de Barra do Turvo/SP. Participaram 31 pessoas, incluindo conselheiros, moradores locais da RDS, representantes da prefeitura e equipe da Fundação Florestal. O gestor Wagner Gomes Portilho iniciou os trabalhos às 10h00, agradecendo a presença dos conselheiros e demais participantes. Em seguida, Luciana Della Coletta, do Núcleo de Planos de Manejo da Fundação Florestal, apresentou a pauta do dia. O objetivo da oficina foi apresentar o conceito e os critérios do Zoneamento aplicáveis à categoria RDS no Estado de São Paulo, bem como expor as propostas de zoneamento interno e de zona de amortecimento da RDS de Barreiro-Anhemas. Contextualização Antes do início da discussão sobre as propostas de zoneamento e normativas para o território, a equipe do NPM-FF relembrou a linha do tempo do processo de elaboração dos Planos de Manejo e os canais de participação social disponíveis: oficinas presenciais, portal eletrônico, comunicação direta com a gestão da RDS e reuniões do Conselho Deliberativo. Também foi destacado que, após a manifestação favorável do Conselho à aprovação do Plano de Manejo, o documento será encaminhado ao CONSEMA para análise, especialmente no que se refere à Zona de Amortecimento (ZA), considerando que o Conselho Deliberativo possui a prerrogativa de aprovar o Plano de Manejo e o zoneamento interno. Apresentação Técnica: Zoneamento A equipe do NPM-FF introduziu o tema Zoneamento, esclarecendo que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei nº 9.985/2000, determina que todas as Unidades de Conservação possuam Plano de Manejo e Zoneamento. Segundo o SNUC, o zoneamento é a delimitação do território da UC em zonas com regras específicas. Tanto o interior quanto o entorno da UC devem ser zoneados e regulados de modo a permitir que a unidade atinja seus objetivos de criação. Assim como uma propriedade rural é dividida para o desenvolvimento de diferentes atividades, a Unidade de Conservação também deve ser subdividida em zonas. O zoneamento interno é composto por zonas — territórios maiores com normas próprias — cujos desenhos e normativas só podem ser alterados em processo de revisão do Plano de Manejo (Figura 1). Sobre essas zonas podem ser definidas áreas, ou seja, porções menores do território destinadas a práticas e projetos específicos, que podem ser alteradas, excluídas ou criadas durante a implementação do Plano de Manejo, por rito simplificado (Figura 2).
Figura 1. Interpretação do zoneamento interno.
Figura 2. Interpretação das áreas. Os estudos que compõem a caracterização do Plano de Manejo serviram de base para a delimitação das zonas internas e da zona de amortecimento. O zoneamento interno da UC é composto por três zonas, próprias da categoria RDS, e até cinco tipologias de áreas (Figura 3).  Figura 3. Tipologia de Zonas da RDS e Áreas. As propostas de zoneamento interno e de zona de amortecimento da RDS de Barreiro-Anhemas foram fundamentadas principalmente nos mapeamentos de atividades previstos no Plano de Utilização e nos estudos elaborados pela equipe de pesquisadores do Sistema Ambiental Paulista. A principal divergência concentrou-se na definição da Zona de Proteção Integral (ZPI), prevista para permitir apenas uso indireto. Foi explicado que, conforme a interpretação jurídica da entidade gestora, a categoria RDS estabelecida pelo SNUC exige a presença de Zonas de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Para compor a ZPI, foram selecionadas áreas com baixo nível de uso, maior concentração de floresta preservada, presença significativa de nascentes e proximidade com o Parque Estadual do Rio Turvo. A assembleia solicitou que, além do uso indireto, fosse autorizada a coleta de sementes, madeira morta, bambus e cipós, bem como a instalação de iscas para atrair abelhas nativas, com posterior transferência para caixas-ninho em outros locais. Argumentou-se que as Reservas de Desenvolvimento Sustentável foram delimitadas como territórios voltados ao uso e à produção sustentável das comunidades tradicionais do Mosaico Jacupiranga. As solicitações foram registradas para avaliação pelos grupos de trabalho da Fundação Florestal e pelo Comitê de Integração de Planos de Manejo. Atividades em Grupo Após o intervalo para o almoço, os trabalhos foram divididos em dois momentos (Figura 4): 1. Trabalhos em mesas com mapas - Dois tipos de mapas foram utilizados: um com o zoneamento interno e a ZA, e outro apenas com o limite da RDS de Barreiro-Anhemas, para marcação direta das áreas.
2. Assembleia de normas
- Cada mesa recebeu as normas em formato de tabela, acompanhadas de resumo e ilustrações.
- Após leitura e explicação, as normas foram debatidas e sugestões de alteração foram registradas pela equipe e pelos participantes.
As principais contribuições dos participantes foram: - Proposta de reduzir parte da ZPI, pois ocupa metade de um lote de um beneficiário da RDS, impossibilitando o manejo da terra;
- Permitir na ZPI usos diretos, como coleta de sementes e materiais vegetais;
- A proposta da ZA foi aceita.
Figura 4. Apresentação e discussões do Zoneamento com as comunidades da RDS de Barreiro-Anhemas. Resultados Foram registradas 48 contribuições, incluindo: - propostas de alteração de normas;
- identificação das áreas;
- sugestões para os Programas;
- mudança de uso nas Zonas de Proteção Integral (ZPI);
- sugestões de ajustes no desenho do Zoneamento Interno.
Os mapas e listas de contribuições encontram-se anexados. Encerramento Após o encerramento das discussões e a coleta de contribuições, a equipe do NPM-FF reforçou que novas contribuições para a etapa de zoneamento poderão ser recebidas ao longo do processo de elaboração do Plano de Manejo.
Figura 5. Participantes da Oficina de Zoneamento da RDS de Barreiro-Anhemas na comunidade de Anhemas, Barra do Turvo/SP. |