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O processo de Consulta Pública e contribuições ao Plano de Manejo da Estação Ecológica da Juréia-Itatins será realizado durante os encontros que acontecerão no espaço das reuniões do Conselho Gestor da Unidade de Conservação e reuniões setoriais. Confira e acompanhe o resultado de cada um dos encontros abaixo! |
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OFICINA DE PLANEJAMENTO 1 - 19/11/2024 A primeira oficina de Planejamento do plano de manejo da Estação Ecológica Jureia Itatins ocorreu no dia 19 de novembro de 2024, no Centro Comunitário do Guaraú, Peruíbe e contou com a presença de 62 pessoas, incluindo conselheiros e demais interessados. O objetivo da oficina foi apresentar a estrutura dos trabalhos dos Planos de Manejo, especificamente do Plano de Manejo da EE Jureia Itatins. A oficina iniciou às 10h com uma rodada de apresentações. Com a concordância dos presentes, a equipe do Núcleo Planos de Manejo (NPM) seguiu com a apresentação da estrutura dos trabalhos e ao final da mesma, abriu-se o momento para esclarecimento de dúvidas e registro de contribuições. Foi apresentado um panorama dos trabalhos do Núcleo Planos de Manejo/FF e de como estão sendo feitos os trabalhos em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), na figura do Comitê de Integração dos Planos de Manejo. Na sequência, destacou-se o roteiro metodológico, etapas de elaboração dos planos de manejo, fases de consulta, manifestação e deliberação para aprovação do Plano de Manejo e canais de contribuição. Ao final, foi apresentado o cronograma dos trabalhos para a EE Jureia Itatins e demais UCs do MUCJI.  Após as
apresentações, iniciaram-se as discussões sobre temas destacados abaixo. Caracterização e Estudos/Pesquisas Diferentes questões foram trazidas sobre pesquisas e pesquisadores responsáveis pela caracterização. Foi Informado que os estudos técnicos de 2009, além de outros dados primários e secundários serão usados no plano de manejo, a critério do pesquisador responsável. Os pesquisadores e técnicos responsáveis pelos trabalhos fazem parte da equipe do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e do corpo técnico da SEMIL. Também foi orientado o envio de estudos já existentes via gestão ou portal de plano de manejo. Protocolo de Consulta Livre Prévia e Informada (PCLPI) Sobre o protocolo de consulta livre prévia, foi explicado que a equipe do NPM conhece e aplica o PCLPI nos PMs do MOJAC com presença de comunidades Quilombolas, inclusive o processo do PM APAQMR servirá como um modelo de aplicação do protocolo. População Tradicional Em relação aos questionamentos sobre a participação de comunidades tradicional e Plano de Uso Tradicional, o NPM esclareceu que já estamos discutindo em conjunto com comunidades e demais atores do território e explicou que não cabe ao Plano do Manejo reconhecer a tradicionalidade. Foi esclarecido que o plano de manejo é um instrumento técnico de caráter macro e não entrará na minúcia do Plano de Uso. Além disso, os conselheiros são importantes no processo de mobilização para as oficinas. Conselho Consultivo Sobre escolha de representante na constituição do Conselho, a assessoria da DLS explicou que a não inclusão deveu-se por falta de indicação de suplente, além da necessidade de seguir o rito do edital. Divisor Foi questionado se o PM irá discutir a questão fundiária de bairro Divisor, a presença dos bananicultores na EEJI e a retificação de limites como no MOJAC. O NPM explicou que o PM não trabalha com redefinição de limites e sim com o limite atual vigente. O PM registrará as possíveis demandas e conflitos que serão devidamente encaminhados ao setor responsável e o mapeamento das ocupações será abordado no mapa de uso do solo com complementações colhidas em oficinas participativas. Não há previsão legal para retificação dos limites para o MUCJI. Foi enfatizado a necessidade de se definir claramente o papel do PM para não trazer determinadas discussões não passiveis de solução neste documento. Refúgio da Vida Silvestre Foi indicada a necessidade de controle dessa área devido ao impacto negativo sobre peixes e tartarugas, por falta de ordenamento na praia do Guaraú, uso turístico indevido e desrespeito à regulamentação da pesca. Informou sobre a existência de plano de manejo de parque municipal. O NPM esclareceu que trabalhará com legislação vigente. Tutorial (vídeo) de como contribuir no formulário eletrônico. Foi sugerido a criação e divulgação de um tutorial para auxiliar as pessoas a utilizarem o formulário eletrônico para contribuições. A Associação dos Pescadores Artesanais de Barra do Una protocolou uma solicitação de inclusão na pauta sobre a demanda de pesca dentro dos limites da EEJI. A oficina encerrou às 13h com almoço fornecido pela Fundação Florestal. OFICINA DE PLANEJAMENTO 2 - 01/04/2025 A segunda oficina de Planejamento do plano de manejo da Estação Ecológica Jureia-Itatins ocorreu no dia 1 de abril de 2025, no Centro Comunitário do Guaraú, Peruíbe e contou com a presença de 55 pessoas, incluindo conselheiros e demais interessados. O objetivo da oficina foi planejar e estruturar todas as etapas do processo de elaboração do plano de manejo de forma participativa. O prefeito de Peruíbe agradeceu à Fundação Florestal e destacou a importância do plano de manejo para o desenvolvimento sustentável e preservação da região. Danilo Amorim da Fundação Florestal agradeceu o apoio da prefeitura e à vereadora Adriana, enfatizando a importância da participação de todas as comunidades no planejamento. Aruã Caetano solicitou aos participantes que adicionassem seus e-mails à lista de presença para facilitar o envio de materiais. Foram anotados os nomes de diversos participantes que estiveram presentes pela primeira vez nas oficinas, representando diferentes segmentos como associação dos moradores de Guaraú, operadora de turismo náutico, passeios náuticos; Ambieco, SEMIL/CFB, conselheira da RDS Despraiado, comunidade do Rio Verde e Grajaúna e prefeitura de Miracatu.  Sobre a Pauta O objetivo da reunião foi planejar e estruturar todas as etapas do processo de elaboração do plano de manejo de forma participativa e informada. Foi demonstrado como a metodologia de elaboração dos planos de manejo se relaciona com o protocolo de consulta livre, prévia e informada, especialmente para comunidades tradicionais. Foram pauta da reunião a programação, os conteúdos de cada oficina, as dinâmicas de trabalho e os materiais adaptados para facilitar o entendimento, estratégia de mobilização e o papel do conselho, logística, estratégias de comunicação e divulgação e agendas de trabalho do plano de manejo Metodologia Participativa Foram apresentadas as premissas para a participação social no processo de elaboração dos planos de manejo: participação em todos os níveis e momentos do processo de elaboração dos planos de manejo, garantindo a pluralidade e o respeito às condições de participação. Reconhecimento de que todos os conteúdos são passíveis de complementação e contribuições. Esclarecimento sobre os momentos e instâncias de consulta e definição de papéis de todos os envolvidos Etapas do Processo de Elaboração dos Planos de Manejo Foi demonstrada a relação entre a metodologia da Fundação Florestal e o processo de consulta livre, prévia e informada das comunidades tradicionais. Foi enfatizado o respeito pelo processo, com escuta ativa, soluções pautadas no diálogo, sem falsos acordos, destacando que o processo é aberto até a última etapa. Foi ressaltado que o plano de manejo, muito diferente de um EIA-RMA, é trabalhado em oficinas durante todo o processo de elaboração com todos os atores e comunidades locais. Há uma correspondência entre a Etapa de Planejamento prevista no processo de elaboração dos planos de manejo e o plano de consulta das comunidades tradicionais, pois é o momento de apresentação da estrutura de todo o trabalho, todos os materiais, dinâmicas, tudo o que está sendo pensando durante todo o processo. Para além das oficinas, reuniões menores (setoriais), podem ser realizadas com setores específicos, sejam comunidades tradicionais sejam operadores náuticos, prefeituras etc para coleta de contribuições ou esclarecimento de dúvidas. Essas setoriais podem ser organizadas tanto pelo Estado quanto pelas próprias comunidades, com registro formal das contribuições. A decisão sobre a aprovação ocorre apenas no final do processo, pois o processo é aberto. Neste momento o conselho consultivo se manifestará, concordando, ou trazendo ressalvas. Lembrando que o conselho não aprova o plano, mas sim o CONSEMA.Foram ainda detalhadas as etapas do processo: planejamento, caracterização, zoneamento e programas de gestão, com momentos de diálogo, escuta e coleta de contribuições entre cada etapa. Disponibilização do Material de Forma Prévia Foi apresentado o portal eletrônico onde todos os materiais são disponibilizados sete dias antes de cada evento. Após as oficinas são incluídos o relato da reunião, fotos, lista de presença e ainda existe um formulário eletrônico para contribuições. Foi apresentado um tutorial de como acessar o portal eletrônico e como inserir contribuições, incluindo como subir material e acessar as contribuições já feitas. Canais de Contribuição Os canais de contribuição incluem as oficinas, o formulário eletrônico, o conselho das unidades e a própria gestão da unidade. Comunicação e Divulgação A comunicação e divulgação serão feitas por meio de boletins informativos, convites virtuais e falados, e vídeos formativos sobre o plano de manejo e suas etapas. Mobilização e Papel do Conselho Foi discutido o mapeamento de todos os segmentos, atores e comunidades locais, incluindo nas áreas de entorno da UC e a definição do número de participantes e seus papéis. Foi enfatizada a importância da participação dos representantes do Conselho na divulgação das informações e na coleta de contribuições. Mapeamento de Atores da Oficina de Planejamento 1 Foi apresentada uma lista de presença da primeira oficina, organizada por tema (Poder Público, Sociedade Civil, Universidades, Comunidades Tradicionais, Turismo, Agricultura/assentamentos, ambientalistas/socioambientalistas, Proteção e gestão territorial municipal). Foi feita a checagem da lista para garantir sua correção e identificar os segmentos e atores que precisam estar presentes em todas as oficinas. Caracterização O objetivo da etapa de caracterização é apresentar a caracterização da UC e entorno, conhecer e registrar as potencialidades e conflitos, e coletar contribuições. A dinâmica inclui a apresentação de slides sobre o meio biótico, físico e antrópico, seguida de trabalhos em mesa e plenária para coleta de contribuições. Os materiais a serem utilizados serão painéis síntese com o conteúdo da caracterização, mapas para identificar potencialidades e conflitos e um diagrama para mapeamento de atores. Setoriais para Comunidades Tradicionais e Plano de Consulta Foi reafirmada a importância de reuniões específicas para Povos e Comunidades Tradicionais, a fim de abordar suas demandas de forma adequada. Foi reforçada a necessidade de respeitar o plano de consulta das comunidades e de não sobrepor as oficinas de planejamento a esse plano. Foi proposto que a Fundação Florestal solicite ao Instituto Caiçara da Mata Atlântica a elaboração de um plano de consulta para as comunidades tradicionais. Foi sugerido um modelo de construção do plano de consulta ao longo do processo, com reuniões de planejamento intermediárias para chancelar o detalhamento por etapa. Foi enfatizado que a consulta prévia e informada é um direito das comunidades, e que o processo deve ser formativo e garantir a participação de todos. Foi reafirmado que o papel da Fundação Florestal é diferente das empresas de EIA-RIMA, e que o processo é aberto para qualquer instituição participar e contribuir. Foi enfatizada a importância de não perder o time e a energia no processo, garantindo a participação com qualidade e informação. Foi sugerido que se tenha o protocolo como base para que se consiga adaptar tudo, seguindo em frente com o processo de plano de manejo. Foi definido que será enviado um e-mail solicitando o protocolo, e que serão feitas reuniões de planejamento para detalhar o material a ser apresentado e a dinâmica das oficinas. Oficina de Zoneamento O objetivo da oficina de zoneamento é apresentar os conceitos das zonas, os critérios para delimitação das zonas e áreas, e coletar contribuições para o desenho e as normas. A dinâmica inclui a exposição dos conceitos, o trabalho em mesas para contribuições e a exposição das contribuições no final. Os materiais a serem utilizados são painéis ilustrados com as normas e mapas da área. O objetivo é que os participantes conheçam a proposta de zoneamento e as normas, e que possam contribuir para o seu aprimoramento. Etapa Programas O objetivo da oficina de programas de gestão é apresentar os conceitos e coletar contribuições para as diretrizes, ações, parceiros e responsáveis. Os participantes serão divididos em grupos para ler e contribuir com as ações de cada programa. Os programas de gestão têm um papel importante na agenda positiva, permitindo estruturar um cronograma de gestão dos planos. Foi enfatizado que não se pode apenas indicar problemas e conflitos, mas também ações para a resolução desses problemas ou desenvolvimento de potencialidades. O processo de construção dos programas envolve a análise de conflitos e potencialidades, o mapeamento de atores e a caracterização. Devolutiva e Manifestação do Conselho Após a sistematização de todas as contribuições recebidas pelos diferentes canais, estas são analisadas pelas equipes da FF e do comitê de integração dos planos de manejo para apresentar as devolutivas e justificativas para deferimentos e indeferimentos. É o momento que o conselho poderá votar (consultivo ou deliberativo) pela aprovação do plano de manejo. No caso do conselho consultivo, este poderá votar pela aprovação com ressalvas para algum ponto especifico. Posteriormente o plano de manejo é encaminhado ao CONSEMA, que é uma instância deliberativa com possibilidade de alteração do plano de manejo. No caso do conselho deliberativo não há possibilidade de ressalvas. O plano de manejo será encaminhado ao CONSEMA, que poderá se manifestar. Caso haja sugestão de alteração, o plano de manejo volta para análise do conselho deliberativo. Além disso, em ambos os casos, os planos de manejo passarão por uma avaliação jurídica para análise sobre a legalidade das normas e sobre a forma. Cronograma A proposta de cronograma para os trabalhos da Estação Ecológica Jureia é finalizar no começo de 2026, e o das demais unidades do MUCJI, no final de 2006. Perguntas e Respostas Sobre as pesquisas e estudos utilizados para elaboração dos planos de manejo: os estudos realizados em 2009 foram disponibilizados como fonte de dados secundário e estão sendo utilizados pelos pesquisadores e técnicos do Sistema Ambiental Paulista (Instituto de Pesquisas ambientais, CETESB, SEMIL e FF). Eles estão avaliando a necessidade ou não de atualizações para esses conteúdos, além de produzir outros conteúdos que fazem parte do sumário mínimo previsto no roteiro metodológico para elaboração dos planos de manejo. A lista de pesquisadores será apresentada na oficina de caracterização. Sobre a divisão dos temas da caracterização em meio biótico, físico e antrópico, foi enfatizado que o mais importante é o conteúdo e a identificação de problemas e potencialidades, e soluções para eles. Existe a possibilidade de participação de outros pesquisadores e universidades, com a indicação de possíveis lacunas e a contribuição com material atualizado. As contribuições não têm formato específico, sendo todas as contribuições aceitas e registradas, desde que sejam claras. Encerramento e Próximos Passos Fica acordado o envio de e-mail solicitando o protocolo e a possibilidade de realização de oficina de planejamento reduzida para detalhar o material e a dinâmica. Também será criado um mailing dos participantes das oficinas para receber os materiais. |
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Data: 09 de setembro de 2025 Local: Centro Comunitário de Gauraú, Peruíbe Participantes: 60 pessoas, entre conselheiros e demais atores interessados Abertura A oficina teve início com a apresentação da pauta do dia. Foi exibido um vídeo introdutório sobre o conceito de caracterização, etapa em que se encontra o processo de elaboração do Plano de Manejo. Em seguida, realizou-se uma breve apresentação com os principais destaques de cada tema abordado na caracterização. Ressaltou-se que a proposta não era detalhar todo o conteúdo, mas destacar as informações mais relevantes para subsidiar o planejamento e a elaboração dos programas de gestão. Principais pontos da apresentação - Área de abrangência: os estudos consideram a UC e um entorno de 3 km, visando subsidiar a discussão sobre a futura zona de amortecimento.
- Dimensão da unidade: a Estação Ecológica (EEJI) possui mais de 84 mil hectares, sendo a segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral do Estado de São Paulo. Seu objetivo é a preservação da natureza e a pesquisa científica.
- Importância ecológica: a EEJI constitui a maior área contínua de planície costeira preservada do estado, abrangendo desde praias até florestas. A diversidade de micro-habitats resulta em elevada riqueza de biodiversidade. A UC configura um micro refúgio climático.
- Vegetação: a EEJI abriga formações como florestas ombrófilas densa (submontana, montana e altomontana), diferentes tipos de restinga, manguezais, florestas paludosas, caxetais, guanandizais e refúgios montanos. Apenas 13% da área é considerada vegetação secundária. O levantamento identificou mais de 1.250 espécies de flora, incluindo 47 ameaçadas e 79 exóticas (11 dominantes, que exigem manejo, como o chapéu-de-sol e o açaí, com risco de hibridização da juçara).
- Fauna: foram registradas 1.203 espécies, entre elas 367 aves, além de peixes, mamíferos, anfíbios, répteis e artrópodes (474 espécies). Destacam-se 49 ameaçadas, como a jacutinga, o muriqui, o gaviãozinho tauató-pintado, a maria-da-restinga e a rãzinha-de-riacho. Também foram observadas espécies exóticas, invasoras e sinantrópicas (cães, gatos, gado, abelha exótica e rã-touro). As principais ameaças identificadas foram caça, tráfico de fauna, isolamento da unidade e perda de hábitat.
- Recursos hídricos superficiais: mais de 10 sub-bacias foram mapeadas na área de abrangência dos estudos, destacando-se as do rio Una do Prelado e do rio das Pedras. A maioria dos rios nasce dentro da EEJI e segue para fora da unidade, reduzindo riscos de contaminação interna.
- Solos: 79% da área apresenta alta ou muito alta fragilidade à erosão. Há risco de contaminação devido ao lençol freático superficial e de subsidência (colapso). Foram mapeadas 24 unidades de terreno.
- Patrimônio material e cultural: Iguape e Peruíbe são Estâncias Turísticas e Itariri e Miracatu são Municípios de Interesse Turístico. O turismo é atividade relevante na economia local.
- Patrimônio imaterial: destaque para o fandango (Iguape, Cananéia e norte do Paraná), a romaria e manifestações religiosas locais.
- Sítios arqueológicos: registro de sambaquis pelo IPHAN.
- Uso do solo: atividades antrópicas concentram-se no entorno; na EEJI, praticamente 100% da área mantém cobertura natural.
- Mineração: identificados 53 processos em diferentes fases na área de abrangência dos estudos, desde pesquisa até lavra consolidada (2 áreas com licença de operação — uma vigente e outra vencida).
- Autos de infração: 139 registros (2014–2021), sendo 52,5% por danos à flora, 16,5% à UC, 11,5% à fauna, 9,4% a produtos florestais, 3,6% à pesca e 6,5% a outras infrações. Entre 2017 e 2023, intervenções na flora impactaram 131,36 ha.
- Planos diretores: Iguape, Miracatu e Peruíbe não apresentam conflitos com a presença da EEJI.
 Após as apresentações, os participantes foram divididos em grupos de trabalho para discutir conflitos e potencialidades em cada meio (biótico, físico e antrópico) e realizar o mapeamento de atores que possuem ralação com a Estação Ecológica. Posteriormente, as contribuições foram compartilhadas em plenária.    Após o termino dos trabalhos nas mesas, uma síntese de todo o material coletado foi apresentado em plenária ao final. As contribuições encontram-se anexas. Embora divididas em meios (biótico, antrópico e físico), algumas contribuições se repetiram nas três mesas. Entre as potencialidade, destacamos algumas contribuições: coleta de sementes, pagamentos por serviços ambientais, pesca no Rio comprido, Cachoeiras e trilhas dentro da EEJI, turismo de base comunitária, extrativismo, parcerias a serem realizadas com comunidades tradicionais. Entre os conflitos citaram: pesca predatória do caranguejo-uçá, especulação imobiliária no entorno, conflitos fauna-humano nas roças, predação de espécies silvestres por animais domésticos, rios obstruídos por capim exótico, uso de jet ski no Rio Guaraú, erosão costeira da Barra do Una, uso de agrotóxicos nas plantações de banana na região norte, entre outros. O mapeamento de atores levantou 23 atores positivos e 4 negativos próximos. Nove positivos e um negativo com proximidade intermediária. Dois positivos e cinco negativos distantes. O gestor comunicou que os próximos encontros serão a reunião de planejamento e a oficina de zoneamento, sem data ainda definida. Também reforçou que para cada contribuição coletada haverá uma devolutiva em reunião especifica e que os canais de contribuições estão abertos. |
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A presente memória documenta os principais pontos discutidos na primeira Oficina de Zoneamento da Estação Ecológica, realizada com o objetivo de apresentar e debater a proposta de zoneamento da unidade de conservação. A oficina, que marca a etapa de planejamento integrado do Plano de Manejo, foi dividida em duas partes: uma apresentação conceitual sobre o zoneamento e, em seguida, um trabalho prático com mapas para coleta de contribuições dos participantes. A oficina contou com a presença de conselheiros da unidade de conservação, membros da comunidade e representantes de associações locais, além da equipe da Fundação Florestal. Foi reforçado que a etapa de zoneamento sucede as etapas de planejamento e caracterização. O conteúdo da caracterização, que inclui estudos sobre o meio físico, biótico e antrópico, está disponível no portal dos planos de manejo, juntamente com as memórias das oficinas anteriores. Também foram relembrados os canais de contribuição, sendo as oficinas, portal eletrônico, Conselho Gestor e Equipe da FF. O zoneamento é uma das principais etapas do Plano de Manejo, sendo um instrumento de gestão obrigatório pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Seu objetivo é definir setores ou zonas dentro da Unidade de Conservação (UC) para alcançar os objetivos de manejo, estabelecendo normas específicas para cada porção do território. O zoneamento é composto por duas estruturas principais: - Zoneamento Interno: Compreende as zonas e áreas dentro dos limites da UC.
- Zona de Amortecimento: É o entorno da UC, onde podem ser estabelecidas normas para ordenar atividades humanas e minimizar impactos negativos sobre a unidade.
Zonas vs. Áreas: Distinção Fundamental Um ponto central da apresentação foi a distinção entre zonas e áreas, que se baseia no seu caráter de permanência e no rito de alteração: Proposta de Zoneamento Interno A proposta de zoneamento para a Estação Ecológica, baseada nos estudos de caracterização e nos critérios socioambientais, apresenta quatro tipos de zonas e quatro tipos de áreas, conforme o roteiro metodológico: Foi esclarecido que as áreas podem se sobrepor a todas as zonas, exceto à Zona de Preservação, que, por seu objetivo de máxima proteção, não pode conter nenhuma área. Antes de prosseguimento dos trabalhos com os mapas, representantes da comunidade do rio verde/grajaúna leu o e-mail enviado em 28/09/25 e endereçado à gestão e equipe de elaboração dos planos de manejo, ressaltando que o mesmo não obteve resposta até o momento: - Representantes de diversas comunidades tradicionais da região da Jureia-Itatins reuniram-se em 20 de setembro, no Guaraú, para discutir a elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica Jureia-Itatins, conduzido pela Fundação Florestal
- Durante a reunião, destacou-se a importância da execução do Plano de Consulta apresentado pelo Instituto Caiçara da Mata Atlântica, entendendo que as reuniões comunitárias prévias são fundamentais para que os moradores possam participar das oficinas de forma informada e confiante. As comunidades relataram que o ambiente técnico das oficinas oficiais não é confortável para muitos, devido a conflitos históricos com a gestão das unidades de conservação
- Diante disso, solicitam que a Fundação Florestal apoie a realização dessas reuniões comunitárias, especialmente garantindo o transporte dos participantes, como ocorreu no encontro do dia 20/09
- Reforçam que essas reuniões não substituem as reuniões setoriais previstas na metodologia da Fundação, mas as complementam
- Além disso, requerem uma alteração na metodologia, pedindo que as devolutivas das contribuições ocorram após cada oficina — e não apenas ao final do processo — com documentos atualizados e alterações identificadas de forma visual (por cores), para assegurar transparência e acompanhamento contínuo.
- Por fim, ressaltam que a participação efetiva das comunidades é indispensável para a construção de um Plano de Manejo mais realista e alinhado à realidade do território tradicional.
Fundação Florestal ressalta que, ainda que o e-mail enviado anteriormente não tenha sido respondido à época, considera fundamental registrar e esclarecer a todos os presentes alguns pontos essenciais para a condução qualificada e transparente do processo de elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica Jureia-Itatins. 1. Metodologia e participação social: A metodologia adotada pela Fundação Florestal foi construída para assegurar ampla participação social e atender às expectativas das comunidades tradicionais. As premissas metodológicas garantem não apenas o direito de participação, mas também a escuta ativa e o registro responsável das contribuições apresentadas ao longo do processo. Nosso compromisso é manter um ambiente que respeite as especificidades culturais, sociais e territoriais das comunidades, reconhecendo sua centralidade na construção do documento. 2. Reuniões setoriais e apoio institucional: Ressaltamos que as reuniões setoriais — com ou sem a presença do Estado — podem ser realizadas a qualquer momento pelas comunidades ou por outros setores interessados. Essas reuniões são instrumentos legítimos para aprofundar debates, esclarecer dúvidas e organizar contribuições internas, fortalecendo o entendimento coletivo. A equipe da Fundação Florestal permanece integralmente à disposição para apoiar tais encontros, contribuindo com materiais técnicos adequados ao público, metodologias participativas. 3. Sobre as devolutivas e a dinâmica técnica do processo: Do ponto de vista técnico e metodológico, o processo de elaboração do Plano de Manejo deve permanecer aberto à coleta contínua de contribuições durante todas as etapas. Isso ocorre porque as demandas apresentadas são diversas, e muitas vezes expressam percepções distintas — e até antagônicas — entre comunidades e setores. Por essa razão, a realização de devolutivas parciais após cada oficina não se mostra adequada: ela pode gerar interpretações prematuras, sugerir encaminhamentos ainda não consolidados e comprometer a isenção necessária para recepcionar todas as contribuições de forma democrática. A devolutiva final, prevista no roteiro metodológico, garante que todas as manifestações sejam analisadas de maneira conjunta, equilibrada e transparente, sem decisões antecipadas. Foi reafirmado o compromisso com o processo participativo, técnico e respeitoso, que reconhece o protagonismo das comunidades e busca construir um Plano de Manejo consistente, representativo e alinhado à realidade do território. Na sequência, os participantes foram convidados a trabalhar com os mapas da proposta para apresentar suas contribuições e sugestões de alteração. A equipe do núcleo de planos de manejo informou que haverá mais oficinas sobre o tema e que, após a finalização do conteúdo do Plano de Manejo, será estabelecida uma data para o encerramento das contribuições, seguida de análise técnica e a deliberação final do conselho sobre a aprovação do plano. Os presentes foram divididos em 3grupos, como segue: mesa 1- zonas de conservação preservação, área histórico cultural e área de uso público; mesa 2 – zona de recuperação, zona de uso extensivo, área de ocupação humana; mesa 3 – zona de amortecimento. Após um período de contribuições, os grupos seguiram para outra mesa de forma que todos tiveram a oportunidade de contribuir em todas as mesas. Com o trabalho nas mesas concluídos, os relatores passaram a apresentar todas as contribuições coletadas. A plenária iniciou com importantes esclarecimentos sobre a natureza e o escopo do Plano de Manejo, especialmente em relação à ocupação humana e à recategorização da Unidade de Conservação. Foi esclarecido que o Plano de Manejo não possui a prerrogativa de criar uma "Zona de Ocupação Tradicional" ou de reconhecer tradicionalidade ou de território: - Reconhecimento de Tradicionalidade: O reconhecimento de tradicionalidade é um processo externo ao Plano de Manejo, que deve ser concluído previamente por órgãos competentes (como o ITESP, citado como exemplo para comunidades quilombolas). A tradicionalidade exige um procedimento formal e um processo de comprovação.
- Instrumento do Plano de Manejo: A situação de ocupação humana é tratada no Plano de Manejo por meio da Área de Ocupação Humana (AOH). A AOH é o instrumento técnico que identifica a presença humana e permite o registro da situação, sendo um elemento de transição e não uma zona permanente.
- Registro da História: A história de ocupação e os indícios de tradicionalidade devem ser detalhados na caracterização da Unidade de Conservação, e não na seção de zoneamento.
A natureza da Estação Ecológica (EE) pressupõe a ausência de ocupação. A AOH, portanto, é uma indicação de transição para lidar com a ocupação existente, permitindo ajustes futuros na implementação, como por exemplo redefinição de limites ou outra medida, que será conduzida pelo setor fundiário e pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), e não pelo Plano de Manejo. Sobre a Recategorização da Unidade de Conservação, o Plano de Manejo não pode indicar ou propor a recategorização da Unidade de Conservação: - Natureza da Decisão: A recategorização é uma decisão institucional e política, e não um ato técnico do Plano de Manejo. Existe uma equipe específica dedicada a essa análise.
- Função do Plano: O Plano de Manejo é um documento técnico que tem a função de registrar a realidade da área, incluindo conflitos, potencialidades e demandas. Os dados e elementos técnicos registrados no Plano servirão de subsídio para a equipe institucional que, posteriormente, decidirá o encaminhamento mais apropriado para cada caso.
A contribuição de cada mesa encontra-se disponível para download. |
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