O problema prioritário relacionado às questões de fiscalização no Parque Estadual da Cantareira é o uso e a ocupação do solo na Zona de Amortecimento desta Unidade de Conservação.
 
Esta é a compreensão desenvolvida a partir do espaço de seu Conselho Gestor que, no segundo semestre de 2015 abrigou encontros da Formação Socioambiental, marcados pela observação atenta, perspectivas diversas, debates e encaminhamentos de ações assumidas como agenda da UC e Conselho.
 
Como pode ser observado na página relativa ao Polo 13, Parque Estadual da Cantareira, as ações de enfrentamento das principais causas do padrão de uso e ocupação do solo não levaram em conta a aproximação dessa narrativa sobre as origens das pressões sobre o PEC de outros espaços de diálogo, debate e relacionamento com a gestão ambiental pública em sentido ampliado, como outros Conselhos ligados ao meio ambiente. 
 
Em 2016 e 2017, em função do contato que os encontros da FS no Conselho do PEC promoveu entre o órgão ambiental municipal de São Paulo (Secretaria do verde e Meio Ambiente - SVMA) e integrantes da CFA-SMA/SP, algumas falas sobre o tratamento dado à problemática socioambiental pelo SIM foram demandadas em eventos como o Quinta Ambiental e o Encontro Intersetorial "Reflexão sobre Temas ambientais e atuação no cotidiano - Poder Público Estadual e Municipal, 3º Setor, Universidade e Sociedade Civil".
 
A partir desta aproximação entre Departamento de Gestão Descentralizada (DGD) Norte-2 e CFA-SMA/SP e estreitamento da relação institucional, uma parceria entre ambos os órgãos a fim de disseminar as preocupações afetas à fiscalização reconhecidas pelo Conselho Gestor do PEC pelo território de sua Zona de Amortecimento. Daí emerge o Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz - CADES Casa Verde/Cachoeirinha, na condição de Conselho de Meio Ambiente regional, como um relevante espaço para tratar de problemas socioambientais comuns ao territórios dos bairros, tanto quanto à UC, uma vez que as dinâmicas socioespaciais dos bairros configuram-se por vezes como vetores de pressão ao PEC.
 
Partindo desse entendimento, em julho de 2017 um trabalho similar à FS em se tratando de metodologia foi desenvolvido para se propor aos conselheiros recém eleitos do CADES Casa Verde/Cachoeirinha. Neste trabalho, aceito pelo CADES em agosto do mesmo ano, se previu que CFA-SMA/S e DGD Norte-2 da SVMA conduziriam um processo formativo aos Conselhos do CADES em que, partindo de uma compreensão coletiva da problemática socioambiental do território do CADES, se desenvolvesse também uma agenda que expressasse um entendimento também comum entre os participante sobre a atuação do CADES diante dos principais problema da região em diálogo com as pressões ao PEC.
 
Entre agosto de dezembro de 2017, sete encontros foram realizados, sempre à noite e com a fundamental cooperação e envolvimento da Prefeitura Regional de Casa Verde/Cachoeirinha. As quartas e quintas feiras se alternaram como dias da semana para abrigar os encontros.
 
Os resultados de todas as reuniões dedicadas a deliberações do CADES quanto ao principal problema, suas causas críticas e ações de enfrentamento com base no papel e atribuições do CADES são expostos a seguir, com as respectivas fotos e ilustrações das construções sempre coletivas e consensuadas a cada encontro.
 
 
Localização dos distritos municipais de Casa Verde, Cachoeirinha e Limão no Município de São Paulo.
Os três compõem o territórios sob atenção do CADES casa verde/Cachoeirinha
 
 
Relação do território do CADES e o Parque Estadual da Cantareira.
Parte da UC e Zona de Amortecimento se sobrepõe ao território sob gestão do CADES. 

 
MOMENTO 1
 
 
MOMENTO 2
 
 
MOMENTO 3
 
Os primeiros encontros, associados ao momento 1 da Formação Socioambiental
 
O primeiro encontro com os conselheiros do CADES Casa Verde/Cachoeirinha/Limão teve como objetivo expor aos presentes a Formação Socioambiental como proposta de trabalho, seguindo um procedimento já tido como usual à FS: obter o aval dos Conselhos antes de iniciar os trabalhos. 
 
A figura a seguir ilustra a contextualização e justificativa da proposta de trabalho.
 
  
 
O segundo, terceiro e quarto encontros se destinaram a desenvolver o primeiro momento. Inicialmente, foi realizado o seguinte exercício: observar as “pranchas”, trocar olhares e observações a respeito de suas características, do ponto de vista das diferentes políticas públicas representadas: conservação/verde e meio ambiente; habitação; transportes; culturas; defesa civil. A intenção foi de provocar os participantes a dirigirem seus olhares ao território daquele Conselho, orientados por diferentes questões socioambientais sobre as quais havia informações disponíveis.
 
  
 
Na sequência de expor inúmeros tipos de territórios, desde aqueles mais físicos, geográfico, até aqueles definidos por uma temática de políticas públicas, houve uma rodada de observações sobre o que teria mudado quanto à importância de se reconhecer os territórios de atuação do Conselho após a atividade.
 
O segundo encontro desse primeiro momento se concentrou em definir um tema prioritário. Se nas edições anteriores todo o percurso formativo partir da definição de um problema de fiscalização, no CADES a dinâmica foi diferente, em função de não haver uma UC como central aos encontros, mas sim um território mais dinâmico e complexo: três distritos do município de São Paulo. Assim, o início desse encontro é ilustrado na figura seguinte.
 
 
Depois desse destaque dos temas de políticas públicas emergentes no encontro anterior, foi solicitado que os participantes fizessem um exercício de colocá-los em diálogo com o Parque Estadual da Cantareira, como forma de aproximá-los de questões ambientais. Em suma, uma reflexão sobre qual seria a dimensão ambiental presente nos temas de políticas públicas destacados. Foi também realizado um diálogo sobre participação social, como aportes levados pelos educadores da CFA e da CEA presentes. Após definirem qual o tema prioritário, os conselheiros foram solicitados a apontar quais os problemas ambientais associados àquele tem, conforme ilustração a seguir. Desses problemas apontados como relacionados ao tema já priorizado, os presentes, em diálogo, definiram qual seria o principal problema que, aí sim, definiria os rumos dos encontros posteriores. 
 
   
 Diante da escolha pelo tema de políticas públicas HABITAÇÃO, os conselheiros receberam a seguinte pergunta: 

O que haveria de interesses em comum entre o tema da habitação e o tema meio ambiente? O que é possível levar, e termos de interesses socioambientais, à questão da habitação?

 Considerando os registros feitos das reflexões e apontamentos sobre quais seriam as relações entre o tema da habitação e as questões socioambientais (ilustrados a seguir), houve todo um percurso na direção de se trabalhar no Conselho o amadurecimento de um problema ambiental prioritário. Esse trajeto passou por aportes sobre diferentes perspectivas ao olharmos à questão da habitação, desde aquelas individuais, de grupos e segmentos sociais e também daquelas identificadas como ambientais. Com isso, uma evidência da movimentação da construção coletiva do CADES fica demonstrada na ilustração posterior.
 
  
 
 Nessa construção do problema ambiental a ser priorizado e que se relaciona com a temática da habitação, os conselheiros chegaram à seguinte definição:

Fragilidade da perspectiva ambiental na agenda habitacional

 O percurso para essa construção é ilustrada na duas figuras a seguir.
 
 
 
O segundo momento da FS também contou com 3 encontros, todos noturnos e com menor tempo de duração.  No primeiro encontro, o assunto foi começar a desenvolver uma compreensão mais organizada sobre o problema priorizado. O resultado é ilustrado na figura a seguir (clique para ampliar). Nela, já é possível identificar o CADES formulando um discurso, uma narrativa sobre a problemática socioambiental no que se refere à temática da habitação no território sob sua gestão.
 
 
Fechando o segundo segundo momento da FS, o exercício se debruçou sobre os agentes sociais que podem ser relacionados àquela causa tomada como crítica. O mapa de agentes sociais decorrente dessa reflexão conjunta dos conselheiros do CADES Casa Verde é demonstrado na figura seguinte (clique para ampliar).
 
 
O terceiro momento foi dedicado à construção de uma agenda política de atuação do CADES. Para tanto, os participantes foram orientados pelos educadores a refletir e apontar, coletivamente, que caminho fariam dali em diante, partindo do seguinte: i) uma compreensão de gestão ambiental como um processo essencialmente político, pois assentado na mediação de interesses e conflitos entre atores sociais que agem sobre os meios físico, natural e construído; ii) as diferentes formas de incidir em políticas públicas (no caso, aquela habitacional e também aquela ambiental, na medida em que possui instrumentos próprios de interferência em outras políticas setoriais); iii) os procedimentos a seguir (clique para ampliar):