O 1º encontro da Formação Socioambiental no Polo 13 foi dedicado inicialmente ao momento 1 da metodologia trabalhada: refletir sobre as diferentes perspectivas, compreensões e interesses ao lidarmos com a gestão de um parque estadual e, com base nessa reflexão e no debate com os demais participantes, chegar a um problema que afeta à conservação da biodiversidade na UC de maneira que todos - ou boa parte dos presentes - se sentisse contemplada em seus pontos de vista e entendimentos sobre o que mais pressiona a unidade. Na ocasião foi solicitado ao gestor da UC, Vladimir Arrais, que demonstrasse a problemática socioambiental que envolve a UC e se manifesta nos inúmeros problemas de fiscalização ambiental. A oportunidade foi muito bem aproveitada para a exposição de ameaças, pressões e outras questões que afetam a integridade da unidade. Neste cenário, houve, inclusive, a colaboração de uma fala sobre a revisão do zoneamento do Plano Diretor de São Paulo, anterior ao início da Formação Socioambiental. A contribuição e reflexão provocada pela apresentação dos problemas de fiscalização da UC enriqueceu a atividade seguinte: reunir-se em grupos menores para debater, a partir do ponto de vista de cada participante, mas em diálogo com a exposição do gestor da UC, qual deveria ser o problema de fiscalização a servir de mote para o desdobramento da metodologia. Reunidos em 4 grupos com entre 5 a 6 pessoas cada, os presentes apontaram seus respectivos problemas construídos em consenso em cada um dos grupos menores: - Ocupação irregular na Zona de Amortecimento; - Ocupação desordenada; - Falta de ordenamento, fiscalização e controle na Zona de Amortecimento; - Ocupação irregular. Diante dos 4 problemas a que chegaram os cerca de 20 participantes desse 1º encontro, foi possível fomentar um debate mais organizado para se construir um só problema, preferencialmente contemplando os apontamentos feitos anteriormente, pelos grupos. O que facilitou a discussão no sentido de pactuar sobre qual o problema que une a preocupação, reflexão e ação dos participantes dali em diante, foi o fato de se reconhecer algo comum em todos os apontamento: ocupação e Zona de Amortecimento. Partindo destes elementos presentes nos 4 problemas apontados, foi construído um texto relativo a qual o problema que aflige o coletivo ali presente: No encontro seguinte, como pode ser conferido na respectiva apresentação, uma alteração foi sugerida pela equipe da CFA na redação do problema. No lugar de "uso e ocupação do solo na zona de amortecimento", escrever: "ameaças e pressões do uso e ocupação do solo na zona de amortecimento". A razão da alteração é dar mais foco às ameaças e pressões evidenciadas na atividade a ser exposta a seguir, sobre a utilização dos descritores (ou meios de verificação, manifestações) do problema em questão. Outro motivo da sugestão se refere à maior possibilidade de futuras ações do Conselho serem direcionadas às ameaças (com maior governabilidade) e não a algo mais abstrato, como "uso e ocupação do solo" em sentido ampliado (com menor governabilidade do Conselho). O 1º encontro teve duração de dois períodos, manhã e tarde. Após o almoço, novamente os grupos foram retomados (com composições diferentes daquela para definir o problema). O objetivo, agora, seria o de explicar e compreender melhor o problema apontado pela manhã. A técnica utilizada na metodologia da Formação Socioambiental lança mão de descritores, causas e efeitos do problema. Para tanto, os 4 grupos partiram do mesmo problema e construíram cenários compostos por elementos que ajudam a descrever o problemas a partir de suas manifestações; pelas causas do problemas a partir de cada descritor e respectivos efeitos ou consequências. As imagens que ilustram o trabalho dos participantes, assim como os resultados das discussões em cada um dos grupos são expostas a seguir. Diferentemente das experiências anteriores, o polo 13 inaugurou uma adequação metodológica na definição da explicação do problema. Por ser dinâmica, a técnica de apontar descritores do problema no contexto da Formação Socioambiental tem gerado reflexões na equipe que conduz os trabalhos partindo de dois critérios: 1) a compreensão pelos participantes e a fluidez dos trabalhos; 2) o grau de contribuição objetiva do resultado da aplicação da técnica às demais atividades (de mapeamento de agentes sociais e, principalmente, de planejamento de ações). Compreender os descritores como informações sobre as manifestações que podem ser constituídas de indicadores de intensidade, de frequência e/ou extensão pode facilitar tanto no momento de definir as causas críticas do problema em questão, como também subsidiar a reflexão e diálogo sobre o que é preciso/possível fazer para enfrentá-las. Já o apontamento dos efeitos tem se mostrado útil. Para se definir o grau de criticidade de cada causa, mas também para subsidiar a discussão sobre o que se pretenderá reduzir ou eliminar com as ações a serem planejadas e empreendidas. A seguir fotos e resultados (clique para ampliar) do 1º encontro. |